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ARTIGO - O novo collorido do baton

*Wagner Braga Batista

 

Depois que a companheira Dilma fez a opção preferencial pelas camadas médias, o proletariado e os direitos sociais foram dormir com as galinhas. Nem o cachorro, abrigado embaixo do tanque quer mais saber  destas coisas.

 

No passado, Bob Fields, homem de confiança de nossos infortunios, mais eficiente que outros gerentes de Washington e despachantes da UDN, já nos condenava ao fracasso dos direitos e de nossas políticas sociais. , mais pródigo que a UDN, vaticinava nossa pobreza moral e material. Enquanto seus ascendentes dos hemisfério norte, os EUA, seriam eternamente ricos por natureza e vocação, nós brasileiros, estaríamos fadados à pobreza.

 

Hoje, querem que retornemos aos maus presságios. À vocação de cachorros de circo que seguem a banda da Globo e da Revista Veja. A natural sina de cães viralatas, como pontificava Nelson Rodrigues.

È claro, os governos populares também contribuiram com a mis en céne. Trocaram no caixa dois o aval de projeto social pelos cartões de crédito santificados, que elevaram aos céus  projeto de poder do comissariado e abriram portas de shopings periféricos à pobreza emergente. Direitos sociais desceram pelo ralo para que as chamadas classes E,F, G, H, I e J tivessem orgasmos em sofas e TVs multicores.

 

Direitos sociais se perderam nestes labirintos dos templos do mercado, das vitrines confessionais e do troca-troca promiscuo em estacionamentos de supermercados. É o preço da indigência politica pago pelo estelionato, pelo desajuste fiscal, pelo faturamento e lucros de bancos privados, pela regulamentação do trabalho precário e as espertas redes de noticiais que quintuplicam a maracutaia. Há dias ouvimos uma socialite de salto alto comentar o conubio de inverdades amplificadas com o golpismo. O que nos disse: "O que eu chamo de 'pocket action' é como um 'pocket show': pequeno, mas de qualidade", explica Rosangela enquanto caminha. Os movimentos inventam as ações. "As redes sociais amplificam e a mídia quintuplica." FSP, URL: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/228843-monica-bergamo.shtml )

 

A paz do mercado, capitaneada pelo inclito Renan Calheiros, será sacramentada na linha de Eduardo Cunha, seguindo a metologia da chantagem.  Nada de estrelinhas ou vermelho do PT.  Deve ser análoga a  metamorfose de clubes de futebol que se transformaram em empresas, alugam suas cores e renunciaram aos padrões de suas camisas.

 

O ritual deve atentar para o collorido das caras e bocas, combinar com as coreografias de Fortaleza e interesses privados que financiam as Excelências enquistadas no Legislativo e no Judiciário.

 

Deve ressalta o verde e amarelo de Bob Fields e das caras e bocas de socialites e do financiamento de movimentos sociais de  sociais anarco-coxistas que ocuparam a Av paulista. Dá pra ter orgulho de nossa classe mérdia. Quase 70 % dos presentes nesta performance bizarra percebem por mês entre R$  de R$ 3.940 e R$ 39.400. No que vai dar.

Estas coroegrafias não têm nenhum projeto de futuro.

 

 

* Wagner Braga Batista é professor aposentado da UFCG

 

As afirmações e conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta responsabilidade dos seus autores, não expressando necessariamente a opinião da instituição


Data: 17/08/2015