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ARTIGO - Iniciativa e acabativa

Benedito Antonio Luciano

               

Cada pessoa tem suas singularidades. Umas são otimistas, outras são pessimistas. Umas são solidárias, outras são egocêntricas. Umas são animadas, outras são depressivas. Umas são determinadas, outras são inseguras. Umas são ágeis, outras são lentas. Umas são ansiosas, outras são calmas. Umas são pontuais, outras gostam de chegar atrasadas aos compromissos. Umas são focadas, outras são dispersas. Umas são fortes, outras são fracas e assim por diante.

 

Sabedores desses traços de personalidade, os responsáveis por selecionar candidatos para formar equipes devem estar atentos para escolher as pessoas certas para cada função. Para isto existem as entrevistas, as dinâmicas de grupo, dentre outras técnicas de seleção.

 

Por natureza, as pessoas são diferentes e reagem de forma diferente diante de problemas reais. Assim, quando se monta uma equipe para desenvolver determinada tarefa, o líder deve estar atento à qualidade e a profundidade dessa liderança e como ela vai se refletir nos relacionamentos e nos resultados almejados.

 

No processo de seleção, para além das habilidades técnicas, há de se levar em conta aspectos como maturidade intelectual, sensibilidade social e o equilíbrio emocional.  O indivíduo intelectualmente maduro pensa com independência, é capaz de chegar a conclusões próprias, é disciplinado e exercita a autoliderança. O indivíduo socialmente maduro é capaz de liderar, sem ser dominador, tem disciplina democrática e é capaz de trabalhar em equipe, assegurando tanto a consecução dos objetivos pessoais quanto os organizacionais. O indivíduo emocionalmente maduro enfrenta a realidade, mantendo sob controle sentimentos opostos.  O indivíduo emocionalmente maduro sabe comandar e ser comandado.

 

Nos dias atuais, diante de cenários sociais e econômicos complexos e incertos, precisamos assumir riscos, seja no plano individual ou coletivo. E assumir riscos implica em tomar decisões, ter iniciativa. Mas, só a iniciava não basta. É preciso ter acabativa!

 

Iniciativa sem acabativa é o aborto antes da concepção. A iniciativa começa como uma ideia e para que essa ideia seja convertida em realidade, energias e recursos precisam ser mobilizados.

 

Quando se trabalha em grupo, é comum alguém apresentar uma ideia que acha brilhante. Se essa pessoa tomar a iniciativa de apresentar a ideia para o grupo, de forma clara e objetiva, há sempre a possibilidade de essa ideia ser discutida, acatada ou rejeitada pelo grupo.

 

Lançar uma ideia é como semear sementes. Se a semente cair em terreno fértil, germinará. Caso contrário, isto não significa que a semente não seja boa. Pode ser apenas que o semeador não escolheu o momento ou o ambiente certo para lançar a semente.

 

Conforme as palavras da Bíblia, no livro Eclesiastes, convertidas em versos da música “Turn, turn, turn”, gravada pelo grupo “The Birds”, em 1965: “Para tudo/ há uma estação/ e um tempo para cada propósito, debaixo do céu”.

 

Assim, compreendemos que para o trabalho individual ou coletivo há o tempo certo para tudo: há o tempo de liderar e há o tempo de ser liderado; há o tempo da iniciativa e há o tempo para a acabativa.

                                                                               

* Benedito Antonio Luciano é professor aposentado da UFCG

 

As afirmações e conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta responsabilidade dos seus autores, não expressando necessariamente a opinião da instituição

 


Data: 17/07/2015