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CNPq, Confap e Capes assinam acordos com fundo britânico

Ao todo, serão destinado 27 milhões de Libras até 2017 para investimentos em programas que contemplem capacitação, mobilidade e pesquisa bilateral

 

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) firmaram três acordos para promover a cooperação com o Reino Unido, por meio do Fundo Newton, iniciativa de fomento a pesquisa e inovação em países emergentes.

 

A solenidade de assinatura ocorreu nesta quinta-feira (16), durante a 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que acontece até este domingo (19), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília.

 

Anunciado em abril pelo ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, o Fundo Newton destina ao Brasil 27 milhões de Libras (cerca de R$ 94 milhões) até 2017, a serem investidos em programas que contemplem capacitação, mobilidade acadêmica e pesquisa bilateral. As instituições locais se comprometem a investir recursos equivalentes como contrapartida.

 

O presidente do CNPq, Glaucius Oliva, assinou dois memorandos de entendimento, um com o diretor adjunto do Conselho Britânico, Eric Klug, e o presidente do Confap, Sergio Gargioni, e outro com o embaixador do Reino Unido, Alex Ellis.

 

Klug firmou o terceiro documento com o presidente da Capes, Jorge Guimarães. O secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Oswaldo Duarte Filho, participou da solenidade, como anfitrião da SNCT 2014.

 

Intercâmbio

 

De acordo com Oliva, duas das atividades iniciais na parceria do Fundo Newton envolvem o CNPq. A primeira é a realização de uma série de 10 workshops.

 

"Quando se quer promover a interação entre cientistas do Brasil e do Reino Unido, uma boa maneira é escolher um tema, realizar um encontro e reunir lideranças naquele tema, para que as pessoas contem o que estão fazendo", disse. "E, a partir daí, encontrar interesses comuns entre esses os pesquisadores para depois se desenvolverem em pesquisas conjuntas."

 

Financiada por CNPq, Confap e Conselho Britânico, por meio do Fundo Newton, a série de workshops deve aproximar as duas comunidades científicas em áreas como agricultura, biocombustíveis, biotecnologia industrial, doenças negligenciadas, fármacos, recursos hídricos e segurança alimentar.

 

Segundo Oliva, o outro acordo diz respeito a um programa de trabalho partilhado, com chamadas públicas. "O objetivo é identificar pesquisadores dos dois países que estejam interessados em fazer pesquisa conjunta", explicou. "Então, o primeiro documento estimula o encontro dessas pessoas enquanto o segundo serve para realmente dar apoio aos pesquisadores para promover o intercâmbio entre seus laboratórios."

 

Relevância

 

O embaixador Alex Ellis destacou que o Reino Unido é uma "superpotência científica", com 76 prêmios Nobel, 16% dos artigos científicos mais citados do mundo e quatro das seis melhores universidades do planeta.

 

"Mas, quando cheguei aqui, descobri que o Brasil está no caminho, se já não é também uma superpotência científica", apontou. "É impressionante o aumento de investimento e do retorno desse investimento nas últimas décadas da história do país."

 

Na visão de Ellis, Brasil e Reino Unido costumam ser melhores quando trabalham juntos. "A internacionalização da ciência é essencial para superar desafios sociais, que todos temos", afirmou. "A Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], por exemplo, fruto de investimento brasileiro, hoje está trabalhando com o governo britânico nos países mais pobres do mundo para tentar resolver problemas sociais."

 

Capes e Confap

 

De acordo com Gargioni, na SNCT 2014, o Confap assinou o terceiro instrumento operacional no contexto do Fundo Newton. "Um deles é uma chamada pública que se encerra sexta-feira [17], com projetos tanto na Inglaterra como no Brasil", contou. "O segundo foi assinado recentemente em Londres, para apoiar a mobilidade acadêmica. Esse de hoje permitirá a realização de 10 workshops, em parceria com o CNPq, como já disse o Oliva."

 

O presidente da Capes informou que o documento assinado com o Conselho Britânico complementa ações conjuntas de projetos de pesquisa e formação de recursos humanos. Segundo Guimarães, há interesse mútuo em trabalhar na descoberta de fármacos, junto à Universidade de Nottingham, além de áreas como agricultura, água e meio ambiente, com outras instituições parceiras.

 

(Capes)


Data: 17/10/2014