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Artigo - A matemática na engenharia elétrica

Benedito Antonio Luciano

 

A palavra Matemática origina-se do grego: “mathema, que significa ciência, conhecimento. Já a definição de Engenharia é um pouco mais detalhada, vejamos uma delas, elaborada pelo Prof. Dr. José Roberto Gonçalves da Silva, da Universidade Federal de São Carlos: “Engenharia é a Arte profissional de organizar e dirigir o trabalho do Homem, aplicando conhecimento científico e utilizando, com parcimônia, os materiais e as energias da Natureza para produzir economicamente bens e serviços de interesse da Sociedade, dentro de parâmetros de segurança”.

 

Diante do exposto, fica evidente que matemática é ciência e que engenharia é arte. E como, ao longo dos tempos, matemática e engenharia sofrem evoluções, não é correto enquadrá-las como ciências exatas. Primeiro porque não existe ciência exata. Segundo porque engenharia não é ciência.

 

Particularmente, no tocante à engenharia elétrica, os avanços nela verificados têm por base os conhecimentos das ciências matemáticas, físicas, químicas e de materiais. Sem os conhecimentos matemáticos não haveria o desenvolvimento das ferramentas computacionais, responsáveis pelos avanços cada vez maiores nos campos da engenharia e das aplicações nas mais variadas áreas da medicina, meteorologia, química e comunicações, por exemplo. Em suma, o conhecimento da matemática é fundamental para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e das artes.

 

Mas, qual a importância da matemática na formação do engenheiro eletricista? A resposta pode ser simples: porque estudar matemática permite treinar e disciplinar a mente. A capacidade analítica de quem estuda matemática é diferenciada e isto é o que se espera de um bom engenheiro.

 

Todo estudante de engenharia elétrica sabe, ou deveria saber, que o estudo da matemática é fundamental para sua formação. Igualmente, deve lembrar que não existem atalhos para se aprender matemática. E para se aprender matemática é preciso esforço, dedicação e tempo dedicado à compreensão dos conceitos, à resolução de problemas, à capacidade de estabelecer as ligações entre os conceitos apreendidos na teoria com as aplicações práticas, sem as quais as inovações tecnológicas não seriam possíveis.

 

Num passado não muito distante, o engenheiro eletricista, ao concluir a graduação iria atuar em uma das duas áreas específicas: eletrônica ou eletrotécnica. Eu, por exemplo, ao receber a minha Carteira de Identidade Profissional, em 1977, nela estava assinalado: engenheiro eletricista, opção eletrotécnica.

Atualmente, no mercado de trabalho, dentro da academia ou fora dela, é exigido do engenheiro eletricista um conhecimento mais sistêmico, generalista, envolvendo processamento da energia e processamento da informação, pois eletrotécnica, eletrônica e informática estão cada vez mais imbricadas. Pergunta: qual a implicação disto na formação do estudante de engenharia elétrica?

 

Resposta: a formação matemática do estudante de engenharia elétrica deve ser mais aprofundada para que ele dê conta, como profissional, do que o mercado espera dele, seja como engenheiro projetista, seja como pesquisador.

 

Benedito Antonio Luciano é professor da UFCG


Data: 15/08/2014