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Artigo - O pensamento competitivo é diabólico

José Albos Rodrigues

 

 

Em pesquisas realizadas na Bíblia com apoio das tecnologias de informação e comunicação constatou-se que há muitos enganos sutis e maliciosos permeando o pensamento competitivo, o qual tem como objetivo destruir o mais belo projeto de Deus na Terra: a família, inseminando e aumentando os conflitos entre os seus membros, levando-a à destruição. São enganos tão entorpecentes que têm feito muitos seres humanos ficarem escravizadas a mentiras, tomados por disposição mental reprovável e pensamentos infames (Rm 1:28), rejeitando Deus, ignorando a família, abandonando os preceitos morais retos cultivados ao longo de milhares de anos, desobedecendo aos ensinos do Senhor e, o pior, taxando e rotulando irrefletidamente a Verdade de “fundamentalismo religioso” desprezível. Isso porque o pensamento competitivo é inspirado por demônios (1 Tm 4:1, 1 Jo 4:1); os quais são espíritos enganadores, que atuam ocultamente de diversas formas sem que o seu portador de tal pensamento perceba.

 

Apenas para se ter uma ideia das muitas consequências nocivas que esse pensamento traz, serão citadas apenas cinco inspirações satânicas relacionadas com competição, ficando dezenas de outras, não menos importantes, para serem analisadas, também à luz da Bíblia, em livros, artigos, vídeos e áudios que estão sendo produzidos para serem disponibilizados nos próximos meses para o público em geral, através de tecnologias acessíveis a todos, inclusive aos portadores de deficiência visual e auditiva.

 

A primeira inspiração maligna, mais sutil e demoníaca, é o fato de a competição preparar a mente humana para se acostumar a ser derrotada e, enganosamente, se conformar com sucessivas derrotas, aceitando-as como natural em sua vida. Veja-se que numa competição só um é considerado vencedor e todos os outros são tidos como vencidos, derrotados. Acontece que o ser humano não foi feito para viver competindo nem sendo vencido, saboreando derrotas a ponto de considerar isso comum em sua vida. Ele foi predestinado para ser à imagem e conforme a semelhança de Deus (que não perde uma só batalha), ser imagem do Seu Filho Jesus e ser mais que vencedor (Rm 8:37); vencer, inclusive, a morte, mediante a ressurreição (Jo 6:40. 44, 54).

 

A segunda, e mais importante, é que a competição faz o amor entre os seres humanos esfriar ou não existir (Mt 24:12), porque, na luta pela vitória pessoal ou pela taça, ninguém se importa com a situação do outro, porque luta para derrotá-lo. Além disso, o pensamento competitivo, que é inspirado pelo diabo, milita, instiga e seduz o ser humano a praticar exaltação pessoal, facção, divisão, partidarismo, dissenção, contenda, porfia, escárnio, zombaria, prostituição, bebedice, acepção de pessoas, exclusão, derrota e tantas outras atitudes que são contrárias ao amor, o qual procede de Deus e envolve atitudes como amar, consolar, considerar, exortar, ajudar, cooperar, servir, entregar-se em favor do outro, bendizer, doar-se sem reserva para o outro ser vitorioso.

 

Em terceiro lugar, tem-se como fato consumado que a competição é uma verdadeira escola de ídolos, uma espécie de academia de ídolos humanos, algo que é abominável e que Deus rejeita taxativamente. Ora, a Bíblia nos ensina que se deve reverenciar, exaltar e adorar apenas a Deus. Ela nos diz, também, que onde existir um ídolo, ali há demônios associados (1 Co 10:18-21, Sl 106:36-38) agindo na vida de quem reverencia, elogia ou exalta tal ídolo, e que sobre a sua vida, a sua família e a sua descendência vêm maldições (At 15:20). Para se ter uma ideia do que é um ídolo aos olhos de Deus, na Antiga Aliança (antes de Jesus vir) o que Ele mandava fazer com um ídolo era: destruir(Is 5:24-24), despedaçar (Mq 1:7), queimar (Ez 15:4-5), exterminar (Jr 10:11), a fim eliminar e não restar sequer memória do nome do ídolo sobre a Terra (Zc 13:2). Na Nova Aliança, que corresponde aos tempos atuais, o Senhor diz que se deve guardar (afastar-se) dos ídolos (1 Jo 5:21), abster-se das contaminações espirituais demoníacas dos ídolos (At 15:20) e das honras, elogios, exaltação e oferendas feitas a eles (At 21:25), deixar os ídolos e se converter a Deus (1 Ts 1:9), e fugir da idolatria (1 Co 10:14). Também no Novo Testamento está dito que quem tem ídolos não herdará o reino de Deus (1 Co 6:9) e será lançado num lago de fogo e enxofre ( Ap 21:8) onde ficará eternamente, ou seja, no inferno.

 

Em quarto lugar pode-se citar o fato de a competição instigar a destruição da família, porque além de as práticas competitivas levarem o amor a esfriar através do exercício da disputa, faz os cônjuges também construírem seus ídolos ou se comportarem como tais e viverem competindo entre si em todos os sentidos (espiritual, matrimonial, social, financeiro, sexual etc.), levando-os à divisão, discórdia, desavença, contenda, violência moral, desentendimento e conflitos nas diversas áreas da vida conjugal. Vendo a competição entre os pais, e afetados pelos conflitos decorrentes dela, os filhos crescem angustiados, revoltados, feridos, traumatizados, rebeldes e desejosos de fugirem o mais cedo possível de casa, pois, a criança espera, naturalmente, que o seu lar seja um ambiente diferente, harmonioso, sadio, de cooperação, compreensão, ajuda mútua, e não de concorrência. A competição entre os cônjuges leva os filhos a se criarem carentes, frustrados com a vida, e logo que encontram alguém que oferece qualquer pitada ou porção de afeto, carinho, amor ou compreensão, inclinam-se e derramam-se cegamente nessa “fonte”. O pior é que os mesmos espíritos enganadores da competição levantam pessoas falsas a se travestirem de amorosas, enganarem esses jovens e feri-los mais ainda, a ponto de eles não serem felizes nem conhecerem qual é o verdadeiro sentido da vida. Criando-se assim serão maridos dessa estirpe, pais de coração frio, estigmatizados com o pensamento satânico da competição, desejando ser competidores bem-sucedidos e, não sendo, viverão sob a égide desses espíritos enganadores, agarrados num celular, tablet ou similar, construindo “lares” virtuais, desprezando o mais nobre seio de convivência que Deus lhes deu, que é a família, e submetendo-se aos ditames de religiões, governos, ciências, mídias e outros agentes destruidores de lares satanicamente inspirados.

 

Em quinto lugar, verifica-se que o caráter satânico do pensamento competitivo revela-se na inexistência de uma modalidade de competição na qual um lado trabalhe e se empenha para o outro ganhar, crescer, prosperar, vencer; fato esse que comprova que  a competição é tão maléfica que nada justifica essa prática nos atos humanos.

 

No livro “A Competição Destrói Crianças, Jovens e Adultos”, de nossa autoria, o qual será lançado brevemente, esses assuntos serão explorados detalhadamente.

 

José Albos Rodrigues é professor da UFCG


Data: 15/07/2014