José Edílson de Amorim

Gostaríamos de prestar alguns esclarecimentos, dialogando com o artigo "A intolerância do Reitor da UFCG", assinado pelo Prof. Amaury Fragoso de Medeiros e divulgado, recentemente, em página desta universidade:

A qualquer momento, o reitor, da mesma forma que qualquer conselheiro do Colegiado Pleno, pode fazer incluir, em pauta de discussão deste conselho, qualquer matéria, mesmo que já apreciada, sem que esse ato represente, em si , desrespeito a este órgão colegiado ou mesmo descumprimento do estatuto ou do regimento da instituição.

Se tivéssemos tempo para a militância sindical e ou partidária, muito nos lisonjearia o tratamento, em qualquer situação, de militante sindical ou partidário. O mais, são construções retóricas de uso da imprensa e aproveitadas pelo articulista acima referido.

Os conselhos profissionais de Medicina ou mesmo o procurador da República, responsável pela Ação Direta de Inconstitucionalidade, somente estão fazendo, no meu entendimento, uma leitura parcial da legislação que criou a EBSERH.

A EMBRAPA, da mesma forma que a EBSERH, é uma empresa pública de direito privado (Artigo primeiro da Lei 12.383/2011).

Nenhum interesse nos move além de contribuir para a ampliação e a melhoria dos serviços que os hospitais universitários prestam à população assistida pelo SUS. Todo o pessoal a ser contratado pela EBSERH será admitido por concurso público; todos os dirigentes dos hospitais serão escolhidos, de forma compartilhada, entre o hospital, a universidade e a EBSERH. 

O hospital a ser construído em Cajazeiras será um hospital geral, de assistência e de formação profissional, dimensionado para duzentos leitos, como parte do programa "Mais Médicos", dentre os cinco hospitais da mesma natureza que serão construídos no Norte-nordeste.

A princípio, o raciocínio do reitor da Universidade Federal de Uberlândia está correto; mas não sei como ocorre a gestão do seu hospital universitário. Talvez a postulação por concurso público pelo regime estatutário seja por conta da presença marcante de fundações de apoio na administração hospitalar.  

No mais, nunca fomos intolerantes; estamos contribuindo para ampliar ao máximo o debate sobre a adesão à EBSERH. Na prática acadêmica e, nessa discussão em particular, é bom distinguir, com serenidade, que a ênfase com que defendemos nossas idéias está longe de qualquer gesto de intolerância.

José Edílson de Amorim é reitor da UFCG