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Artigo - O Dia da Consciência Negra no Rio de Janeiro

Wagner Braga Batista

 

O Dia da Consciência Negra demarca a negação da dávida da elite pela celebração dos que ainda lutam contra preconceitos, a discriminação e sonegação de direitos sociais. ,

 

O Rio de Janeiro celebra a consciência negra com um feriado municipal. Neste dia, enquanto uns vão às praias e  sobem em pedestais ,  outros se mantêm condenados a permanecer onde estão. A escapar de infortúnios históricos por meio de estratégias de subsistência, centrada na prática de delitos.

 

Não são delitos celebrados pelas elites, a exemplo das injustiças chanceladas pelas negras togas coléricas, estampados em manchetes e redes de televisão. São delitos que ficam confinados em prontuários de delegacias, conselhos de menores e páginas políciais.

 

Estes delitos são celebrizados por fotos humilhantes, que degradam ainda mais infratores da lei vigente. Não competem com a beatificação de Joaquim Brabosa nos palcos do  Supremo Poder, que lhe confere o privilégico de crismar a iniquidade.

 

Nos últimos meses, a justiça escrita com letra minúscula ocupou o lugar da política nanica e depravada.  Permitiu que o espetáculo da soberba ocupasse o espaço destinado à Justica.

 

Salvaguarda pelos tratamentos honrosos e cerimoniosos, a soberba do STF, não desceu às praias para competir com a soberania do Leblon, onde diversamente do que ocorre no STF, a negritude é sinal de perigo. Onde cidadãos brasileiros tornavam-se ameaças. Negros soltos nas ruas são sempre tratados como suspeitos.

 

Apesar dos jornais noticiarem 15 prisões na orla maritima, neste dia, no intervalo de pouco mais uma hora, das 10h 45 min as 12 h , na Rua General San Martin, assistismos os inocentes do Leblon festejarem  a detenção de cinco supostas feras, três delas com menos de um metro de altura, menos de 50 kg e idade inferior a doze anos de vida.

 

Nos tempos de Henfil, havia os Pelés, os Simonais, cujos cérebros e arrogancia eram sarcásticamente sugados pelo tamanduá a mando do Caboclo Mamador.

 

Hoje a arrogancia infesta e contamina espaços destinados a celebração do poder publico e de direitos coletivos. Os chamados negros de alma branca, que renegavam qualquer resquício de consciência pública e da negritude, hoje são festejados em conformidade com padrões norte-americanos como aqueles que subiram na vida.

 

Distanciariam-se das vicissitudes e da pobreza que acometem seus semelhantes.

 

Hoje, ao invés de deplorar atos de injustiça, que atingindo um, ameaçam a todos nós, nesta data emblemática da luta por direitos sociais,  a midia oligárguica celebra o herói do mensalão.


Data: 22/11/2013