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ARTIGO - O DNA de agências financeiras

Wagner Braga Batista

 

A falsidade ideológica de iinstituições financeiras, a cada dia, mais nos constrange. 

 

Os bancos são como filhos pródigos de agiotas precários. Entram na História pelas hábeis mãos do capital financeiro. Não pedem para entrar. Sua arrogancia autoriza-lhes a chutar as portas da casa paterna para assegurar a modernização da usura e da ganancia.

 

Sem nenhum comedimento, os bancos nos sangram. Extraem tudo que podem de nós. O mais grave. Como legatários da agiotagem, apresentam-se como tábuas de salvação que afogam  endividados.

 

Nada produzem, além de acúmulos financeiros extraídos da economia popular. Seus dividendos, são obtidos por juros extorsivos, a remuneração da usura, complementada com taxas exorbitantes cobradas do trabalho produtivo de seus usuários, entre os quais seus próprios seus funcionários. No entanto não é este o DNA dos bancos.  Nem a  imagem pública destas agencias,  voltadas à especulação financeira.

 

Graças às mentiras vieculadas pelo marketing estas instituições parasitárias se metamorfosearam. Detentoras de passaportes ministeriais e prerrogativas diplomáticas invadiram todas esferas públicas, todos governos, sem nenhum comedimento. Transito livre. Apresentam-se como benemerentes de causas sociais, como promotoras da solidariedade, da cultura, da sustentabilidade, do futebol, entre tantas outras motivações dignas de honra e de recompensas..

 

Enquanto isto, bancos públicos e sociais veem-se constrangidos pela solerte ofensiva destes  donos das finanças que penetram govenos, ministérios, políticas públicas e programas sociais. Guindados pelo marketing estes notáveis embaixadores e comendadores viabilizam  a predação da economia popular.

 

Despojam-se da imagem de empresas odiosas, que nos condenam às filas de espera, ao destempero de seus cães de guarda e à empáfia de seus gerentes.  De empresas que detratam idosos, que ignoram gestantes e cidadãos comuns para privilegiar o atendimento de investidores.  De empresas que exploram e aviltam seus funcionários, transformando-os em marionetes a serviço de seus interesses mesquinhos. De empresas que impõem jornadas de trabalho e rotinas exaustivas para recompensar seus empregados com demissões sumárias e subtração de direitos trabalhistas. .

 

Pois bem, meus amigos. Vejam só. Quando pretendemos abrir conta corrente em alguns destes bancos, somos submetidos a vexatório inquérito. Assemelha-se a uma investigação policial. Devassam nossas vidas, exigem toda sorte de documentos e de comprovantes de idoneidade que atestem que além de nós mesmos, somos portadores desta virtude escassa neste ambiente, a honestidade. Utilizam-se destas informações para engordar seu capital simbólico com volumoso cadastro de clientes. Por seu intermédio veiculam mensagens promocionais sem autorização expressa e vendem serviços a terceiros valendo-se do nosso crédito.  No entanto, a reciproca não é verdadeira. Quando procuramos a identidade dos bancos, defrontamo-nos com verdaeiros falsários.

 

Antigamente gatunos utilizavam-se de máscaras para resguardar sua verdadeira identidade, hoje fazem questão de ostentá-la em todas plataformas midiaticas. Por quê?

 

Por que se trata de outra identidade,  uma vez que a verdadeira face de instituições financeiras permanece  resguardada. Mantém-se escondida a sete chaves pelo duplo jogo do marketing. Por um lado adultera e expõe falsa imagem, por outro esconde e resguarda a verdadeira face destes organismos opacos.

 

Ou melhor, liquidos, como proclamam os pós-modernos. Deste modo sua imagem pública não revela a prática espoliativa. A sangria que leva à inanição politicas economicas de países e à indigência bilhões de pobres endividados.

 

A imagem pública dos bancos não desvela a entidade que nos explora, que especula com nossos parcos recursos.

 

Se examinarmos o  DNA dos bancos, não identificaremos sua genese e sua trajetória  usurária. Ao invés da ambição desmedida, que regula suas ações, deparamo-nos com a imagem de benemerencia e de apego às causas sociais.

 

A arte da falsificação, perpetrada pelo marketing, transforma nuvens em Juno.

 

Deste modo  ao invés da expropriação de nossos dividendos, assistimos pela TV a devoção ao futebol. Diversamente da especulação imobiliário, encontramos a sustentabilidade ambiental como móvel destas instituições financeiras. Ao invés de falsários defrontamo-nos com fiadores de negócios justos.  Perplexos, somos levados a crer que bancos declinaram da  cultura do dinheiro para se consagrar à diversidade cultural.

 

Caros amigos, se ainda nos sentirmos à vontade para celebrar a falsidade destas benemerências, fica um lembrete: Para festa de formiga não se convida tamanduás...


Data: 11/10/2013