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Ideias inovadoras podem valer US$ 100 mil

Fundação Rockefeller vai premiar iniciativas que ajudem a resolver problemas de pessoas em situação de vulnerabilidade

 

Diz o ditado: Se conselho fosse bom, ninguém dava; vendia. Quanto valeria então uma boa ideia que pudesse ajudar a transformar a vida de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade? US$ 100 mil.

 

Isso mesmo. A Fundação Rockefeller lançou o Desafio: Inovações Para os Próximos 100 anos, que pretende encontrar e premiar dez ideias inovadoras ao redor do planeta capazes de ajudar moradores e trabalhadores de regiões de baixa renda a terem acesso a empregos qualificados ou até mesmo a empreender. O concurso, com inscrições até 1o de abril, é aberto tanto para pessoas físicas a partir dos 18 anos, que podem contribuir com a simples sugestão de ideias, quanto para organizações públicas, privadas, governamentais e não-governamentais, fundações e institutos que já estejam realizando alguma iniciativa na área.

 

As ideias podem estar relacionadas a problemas urbanos, abastecimento de água, segurança, transporte, educação empreendedora, entre outros temas. Na área da educação, por exemplo, algumas ideias podem ser referentes a novos modelos de capacitações on-line, uso de Moocs (os cursos on-line, gratuitos e em grande escala) ou até mesmo sobre programas de mentoria.

 

No concurso, que nasce em comemoração ao Centenário da Fundação Rockefeller, serão selecionados 15 finalistas, que apresentarão suas ideias no Fórum de Inovação da Fundação Rockefeller 2013. Dentre eles, serão escolhidas até dez iniciativas, que, além da premiação, também receberão apoio na elaboração da proposta para avançar no desenvolvimento da ideia. O concurso surge como forma de encontrar esses projetos inovadores, fortalecê-los e fazer com que sejam efetivamente implementados, diz Elenice Tamashiro, mobilizadora e representante do Desafio.

 

Esse olhar que buscamos para a inovação é o ato de identificar processos, serviços e produtos que sejam realmente transformadores. Verificar como esses projetos interagem com a comunidade e, principalmente, se eles surgem da comunidade para a comunidade, reforça Elenice, que apresenta uma iniciativa brasileira algumas dessas características: o MeuSoft. O projeto, realizado em Salvador, na Bahia, forma jovens para que desenvolvam aplicativos para que se tornem microempreendedores (Veja a matéria sobre o projeto, que o Porvir, inclusive, destacou no ano passado).

 

Para realizar uma boa inscrição, Elenice elenca algumas dicas. É importante que o candidato detalhe sobre o público/comunidade do qual se beneficiará da inovação. É imprescindível também que sejam mencionados como a nova ideia ou iniciativa vai chegar até a comunidade ou os trabalhadores escolhidos e como ela vai ajudar a resolver problemas enfrentados pelas pessoas. Ainda de acordo com Elenice, a expectativa é receber inscrições de propostas de organizações que nunca ouviram falar da Rockefeller. Com certeza, elas [as organizações] possuem inovações que ainda não ouvimos falar e que poderiam se beneficiar ainda mais com a rede global de parceiros da fundação, diz.

 

Para os interessados em entender melhor sobre o concurso, no dia 13 de março será realizado um bate-papo, em tempo real, via Twitter, com um anfitrião da Rockefeller, que vai apresentar o Desafio e tirar dúvidas. Com o chat, a fundação quer estimular que as pessoas apresentem ideias, falem sobre seu próprio projeto ou abram espaços para destacar o que há de inovador em educação no Brasil. O bate-papo será feito por meio da hashtag #RF100, vai durar três horas e será realizado nos idiomas português, inglês, espanhol e francês.

 

Em 2012, dos 2.000 projetos participantes da primeira edição do concurso, um dos vencedores foi a iniciativa brasileira Transparência Hacker, organização/comunidade que criou o Código Legislativo Aberto, projeto sobre a Câmara de São Paulo. Por meio de uma plataforma dados, os cidadãos, inclusive os que vivem em área de vulnerabilidade, tiveram acesso aos projetos legislativos referentes a seus bairros e puderam ampliar seus canais de participação.

 

(Jornal da Ciência)


Data: 13/03/2013