Hoje, 11 de janeiro, é o dia dedicado ao Controle da Poluição por Agrotóxicos. É um dia a mais para refletir sobre o uso indiscriminado dos venenos na agricultura. Iniciada da década de 20 e intensificada pelo famigerado Plano Nacional de Desenvolvimento, de 1975, a chamada Revolução Verde, a utilização, na agricultura, de produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, conhecidos como pesticidas, praguicidas, formicidas, herbicidas, fungicidas, hoje se tornou desagradável cultura. O Brasil atingiu recentemente uma liderança da qual não podemos nos orgulhar: somos o país que mais consome agrotóxicos no planeta. Essa marca é deprimente e insustentável!

 “O uso abundante de venenos agrícolas implica em graus rigorosos de poluição ambiental e intoxicação humana, sendo fator de destruição da biodiversidade, da contaminação do solo, da água e do comprometimento da qualidade de vida das presentes e futuras gerações. Fator de miséria e morte que é urgente buscar soluções”, destaca a professora Adriana Meira Vital, professora do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido da UFCG.

 “É possível conceber uma agricultura que utilize cada vez menos agrotóxicos? Sim! e o grande progresso sem dúvidas será a ampliação da consciência da sociedade em relação aos grandes problemas ambientais advindos do uso indiscriminado desses venenos agrícolas, que deve e precisa ser manifestada em ações pelo poder público e claro, pela Academia e pela sociedade civil. Juntos somos fortes!”

 Alternativas Sustentáveis

 A Agroecologia é um sistema de produção agrícola alternativa que busca a sustentabilidade da agricultura familiar resgatando práticas que permitam ao agricultor produzir sem depender de insumos industriais como agrotóxicos.

 Vai além das técnicas orgânicas de cultivo, pois inclui elementos ambientais e humanos. É um modo de vida que busca resgatar e valorizar o conhecimento tradicional da agricultura de base familiar.

 Pensar alternativas viáveis a uma agricultura alternativa, livre de venenos é possível e já é uma realidade no nosso Estado: agricultores familiares da Paraíba vêm conseguindo controlar doenças e pragas com produtos naturais e sem usar agrotóxicos.

 Recentemente a Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou a criação do dia estadual de combate ao uso de agrotóxico. O projeto, de autoria do deputado estadual Frei Anastácio, institui a data e foi aprovado por unanimidade pela Assembleia. O deputado explica que o dia 19 de março tem como representação simbólica o dia de São José – dia que os agricultores do Nordeste aguardam chegar para começar a plantar, coincidindo com o início das chuvas na região.

 “Para reduzir o consumo de agrotóxico em alimentos, o consumidor deve optar por produtos com origem identificada e valorizar a produção agroecológica, desmistificando determinados preconceitos. A saída será inevitavelmente fortalecer a agricultura familiar e camponesa e valorizar a vida”, disse a professora. 

“É importante também que as pessoas atentem para dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que seja ampliado nos municípios, nas escolas e nas comunidades o debate e a circulação de informações sobre os riscos e impactos dos agrotóxicos”.

 “Lembremos que o modelo sustentável é aquele em que o bem-estar passa pela inclusão social, geração de trabalho e renda, justiça social, cuidado com as pessoas, com as cidades com os alimentos, com água, com o solo e respeito pelo planeta Terra – nossa casa comum”.

 (Rosenato Barreto – Ascom/CDSA - com informações da professora Adriana Meira Vital)