Estudo faz parte de convênio estabelecido entre Brasil e Cuba através da Capes

Pesquisadores cubanos estão desenvolvendo na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) um estudo que visa aprimorar o funcionamento de para-raios e baratear os custos de sua fabricação. A pesquisa, intitulada Aprimoramento de modelos elétricos e matemáticos de para-raios de oxido de zinco, faz parte do convênio Capes/MES/Cuba, firmado em julho de 2010 entre a UFCG e o Instituto Politécnico José Antônio Echeverría, em Cuba.

O estudo, que está sendo desenvolvido pelo estudante de doutorado em Engenharia Elétrica, Boris Alba Valle, sob orientação de Jose Angel Barbado, visa realizar representações precisas de para-raios, o que permitirá a seleção e compra de para-raios mais baratos e eficientes.

Os para-raios são aplicados nos sistemas elétricos para prevenir os efeitos danosos das descargas elétricas e de chaveamento no sistema elétrico. Evitam a queima de equipamentos importantes, com o prejuízo de milhões de reais, e a ocorrência de apagões.

“É uma pesquisa importante porque existe uma demanda muito grande para o desenvolvimento de para-raios eficientes tanto no Brasil, quanto em Cuba e em todo o mundo”, explica Boris Valle, lembrando que o Brasil é o país campeão em descarga de raios em todo o planeta. Nos últimos dez anos, recebeu aproximadamente 57 milhões de descargas, que mataram 1.321 pessoas.

O doutorando chegou há um mês a Campina Grande e deve ficar na cidade até janeiro de 2013. Para ele, a possibilidade de fazer este intercâmbio com a UFCG está possibilitando uma maior qualidade em sua pesquisa.

“Eu não tenho nem como medir o quanto vai aumentar a qualidade da minha tese. Só sei que seria impossível fazer um doutorado com o nível e experiência dos professores daqui e do aparato tecnológico disponibilizado pela instituição para o desenvolvimento da nossa pesquisa. Aqui os laboratórios são bem equipados, diferente do que nós dispomos na nossa instituição”, revela.

A opinião é compartilhada por seu orientador, Jose Barbado, que está na UFCG em missão de trabalho, para realização de orientação, supervisão e palestras. Ele ficará na UFCG durante um mês.

“Este convênio tem sido muito valioso para nós. Tem superado e muito nossas expectativas. Já conhecíamos o trabalho de qualidade desenvolvido na UFCG e para nós tem sido um aprendizado muito proveitoso. Um excelente intercâmbio de conhecimento e esperamos poder renová-lo por mais dois anos”, ressalta.

Convênio

O convênio Capes/MES/Cuba foi firmado em julho de 2010 e tem duração de dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois. Aqui na UFCG, o convênio está sob a coordenação geral do professor Edson Guedes da Costa, e em Cuba, é coordenado pelo professor Miguel Fernandez Castro. O convênio objetiva apoiar a formação de recursos humanos de alto nível, vinculado a projetos de cooperação científica entre Instituições de Ensino Superior do Brasil e de Cuba.

Desde o início do convênio, o coordenador do projeto em Cuba e um estudante de doutorado já estiveram na UFCG, assim como pesquisadores da universidade já foram até Cuba para participar de palestras, congressos e atividades acadêmicas do projeto.

“Os resultados do convênio têm sido bem satisfatórios. O pessoal de Cuba tem uma boa base e já temos alguns trabalhos publicados em conjunto. Nossa expectativa é que até julho de 2013 já tenhamos a conclusão de uma tese, fruto deste convênio. Estamos trabalhando agora para poder renová-lo por mais dois anos”, explica o professor Edson Guedes.

Em setembro deste ano está prevista a ida de um estudante de doutorado da UFCG a Cuba, para missão de estudo e realização de experimentos. Em novembro, será a vez do professor Tarso Vilela Ferreira realizar sua missão de trabalho em Cuba. Durante os 25 dias de sua estadia naquele país, ele realizará supervisão, orientação, apresentação de palestras e treinamentos.

(Gloriquele Mendes – Ascom/UFCG – 03.08.12)