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Acesso de veículos sofre restrições em universidades públicas

Além dos pedestres, veículos vêm sofrendo restrições nos campi de universidades públicas em todo o país.

 

Na UFRGS (federal do Rio Grande do Sul), só professores e servidores têm vaga garantida nos estacionamentos. "O que sobra das vagas é sorteado entre alunos", diz Daniel Pereira, coordenador de segurança da instituição.

 

Na UFPA (federal do Pará), a reitoria informou que a cada 15 minutos uma amostragem dos carros que entram e saem é parada e vistoriada por seguranças. Nas guaritas ficam guardas armados.

 

Uma pesquisa da UFPA de dezembro passado mostrou que, apesar de 4,84% dos alunos (55 mil no total) já terem sido vítimas de violência dentro do campus, 55% dizem se sentir inseguros no local.

 

"A UFPA foi criada em um local distante do centro. Os bairros no entorno são bairros periféricos, que enfrentam todos os problemas dessa formação urbana", afirma a universidade.

 

No Rio, foi inaugurada em fevereiro a ponte do Saber, que dá acesso à ilha do Fundão, onde fica o campus da UFRJ. Ela logo passou a ser usada por motoristas que queriam cortar caminho por dentro do campus.

 

Segundo a instituição, começou a haver atropelamentos, porque os carros corriam. Na mesma época, uma onda de sequestros-relâmpago atingiu o campus.

 

Em maio, a Prefeitura do Campus resolveu, então, fechar o acesso à ponte de manhã, argumentando ter autonomia sobre o território. Como reflexo, o trânsito no restante da cidade piorou.

 

O prefeito Eduardo Paes (PMDB) rebateu pelo Twitter: "Absolutamente ridícula, patética e autoritária a decisão de fechar a ponte do Saber: jamais poderia acontecer em uma universidade pública".

 

A UFRJ recuou, em troca de medidas para melhorar o trânsito no campus, como sinalização e radares.

 

Pleno controle

 

Na UFPE (federal de Pernambuco), todos os motoristas que chegam recebem um cartão, que precisa ser devolvido na saída.

 

"Teremos um pleno controle de acesso", diz o superintendente de Segurança, Armando do Nascimento.

O plano, diz, é que guardas cadastrem visitantes sem vínculo, mesmo pedestres, inclusive anotando aonde vão.

 

"A finalidade é saber quem entra, para fazer dados estatísticos e avaliar o grau de satisfação dos usuários."

 

André Graciano, 30, aluno de pedagogia da UFPE, critica. "Esse cadastro é um constrangimento". Já Thauan Fernandes, 20, aluno de biomedicina e membro do DCE (Diretório Central dos Estudantes), diz que o campus é inseguro e que a medida deve ser discutida.

 

(Folha.com)


Data: 16/07/2012