topo_cabecalho
Procura por profissional da área de finanças aumenta

Profissionais da área de finanças e contabilidade estão requisitados no mercado. Estudo da empresa de recrutamento e seleção Robert Half mostra que 49% das companhias brasileiras pretendem ampliar suas equipes na área este ano. O aumento da procura por esses trabalhadores ocorre pelo momento favorável da economia e pela adoção de regras mais rigorosas para prestação de contas ao governo. O resultado disso é que, além da oferta maior de empregos, em alguns casos, os salários tiveram uma alta de 50% a 100%.

 

A procura maior é por profissionais de contabilidade. A pesquisa mostra que 39% das empresas entrevistadas reclamaram da falta de pessoal para preencher essas funções. Seguidos de especialistas para a área de finanças (25%), auditoria ( 17%) e compliance – especialista em regras e normas – (12%). Só a Robert Half tem atualmente 120 vagas abertas no setor.

 

“Não falta emprego para a área contábil”, afirma Sérgio Prado de Mello, vice-presidente de fiscalização ética e disciplina do Conselho Federal de Contabilidade. No entanto, ele lembra que o trabalhador tem de preencher um pré-requisito: “Precisa estar atualizado”, afirma.


A contabilidade, segundo Mello, passa por um momento de convergência por conta de novas regras internacionais. “Agora, as empresas precisam seguir um padrão internacional para fazer seus balanços, por exemplo. Para isso, o profissional da área tem mercado certo. Mas tem de conhecer as regras e se especializar.”

 

Para atuar no segmento é preciso ter ensino superior. Pode ser em ciências contábeis, para trabalhar com contabilidade; cursos de economia e administração formam profissionais para a área financeira. Até engenheiros chegam a ser cotados para trabalhar no setor.


O diferencial é a experiência. “Se for novo no mercado, o candidato deve procurar cursos técnicos para complementar a teoria”, aconselha José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP).

 

Alcazar explica que a digitalização das formas de fiscalização das empresas pelo governo e a criação da Nota Fiscal Paulista também influenciaram o aumento da busca por gente do ramo. “O radar eletrônico do governo em cima, principalmente, das pequenas e médias empresas, que não eram obrigadas a seguir certas exigências eletrônicas, está impondo um investimento em profissionais do setor.”

 

O especialista completa ainda que o bom profissional das áreas de finanças, administração, economia e contábil tem sido beneficiado por uma melhora na remuneração. “De um ano para cá, algumas funções tiveram aumento na média salarial de 50% a 100%, tal é a necessidade da especialização”, diz Alcazar. Os salários mais valorizados são para as vagas de chefia, mas, segundo ele, quem entra no mercado como analista júnior ou um novo contador pode levar apenas dois a três anos para chegar a cargos mais altos. “O crescimento é rápido por quer faltam especialistas.”

 

Foi a possibilidade de ascensão que levou o engenheiro Alexandre Saito, de 28 anos, a se especializar em finanças. “Como engenheiro eu até poderia começar a carreira ganhando mais, mas, a longo prazo, a área financeira é mais valorizada, já que tenho mais chances de crescer ”, diz. Saito trabalha no planejamento financeiro de uma empresa da área alimentícia.

 

A gerente de recrutamento do site de empregos Trabalhando.com, que hoje tem 80 vagas abertas para a capital no setor, confirma a demanda. “Um trabalhador ganhava, normalmente, de R$ 2 mil a R$ 7 mil. Mas os iniciantes já estão conseguindo empregos com salário de até R$ 3 mil.”

 

(Estadão)


Data: 03/04/2012