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De Repente Beat faz homenagem à dramaturga Lourdes Ramalho

A autora participará de mesa-redonda na próxima sexta-feira na UFCG em Sumé

 

Autora de extensa produção no campo da dramaturgia, Lourdes Ramalho, homenageada pelo De Repente Beat, estará presente ao evento na mesa-redonda “Um Nordeste Ibero-judaico”, que será realizada às 15h da sexta-feira (18). A mesa também terá participação do professor Diógenes Maciel (UEPB), pesquisador na área de teatro e do médico Luciano Oliveira, pesquisador da cultura judaica.

 

Às 17 horas do mesmo dia, acontecerá uma sessão de autógrafos com Lourdes Ramalho e lançamento da coleção de livros “Teatro [Quase] Completo de Lourdes Ramalho”, Volume I – Teatro em Cordel e Volume II – Mulheres.

 

Três obras de Lourdes Ramalho serão encenadas durante o evento: “Anáguas” - pela Companhia Oxente de Teatro, “Porque a Noiva botou o Noivo na Justiça” e “A Feira”, estas últimas obras dirigidas pelo professor do CDSA, Duílio Cunha.

 

Sobre Lourdes Ramalho

 

Maria de Lourdes Nunes Ramalho, ou Lourdes Ramalho, como é conhecida literariamente, é uma escritora nascida em 23 de agosto de 1923, no sertão de Jardim do Seridó, fronteira do Rio Grande do Norte com a Paraíba, numa família de artistas e educadores: bisavô violeiro e repentista, mãe professora e dramaturga, tios atores, cordelistas e violeiros. Na infância, enquanto recebia o que havia de melhor em termos de educação formal no sertão, Lourdes Ramalho cresceu ouvindo cantorias de viola e histórias contadas por vendedores de folhetos e assim aprendeu, desde cedo, a amar sua terra e a cultura do seu povo.

 

A maior parte da produção literária de Lourdes Ramalho é de textos para teatro. Seu fazer literário passa, entretanto e desde sempre, pela poesia e, ultimamente, contempla, ainda, a área da genealogia – revelando-se também aí a pesquisadora de fontes históricas, interessada em descobrir as raízes judaicas da cultura nordestina e, por extensão, da sua própria família. Suas primeiras peças foram escritas por volta dos seus 10-12 anos de idade, quando brincar de teatro era sua diversão favorita. Incentivada pelos tios e, sobretudo, pela mãe, a menina Lourdes colocava no papel as falas e as ações das personagens que re/inventava e, em seguida, comandava os ‘ensaios’ para as apresentações, de que também participava e que aconteciam em reuniões familiares e escolares. Datam desse tempo as primeiras versões de alguns dos seus muitos textos teatrais infantis.

 

Quando escreveu o primeiro texto teatral propriamente dito, em 1939, Lourdes era ainda uma adolescente. Aluna de um colégio interno, no Recife, indignada com a precariedade de condições da escola, põe no papel, em forma de comédia, seus protestos contra a falta de professores qualificados, a má qualidade da alimentação e as medidas disciplinares abusivas. Transformado em cena pela própria autora, o texto foi apresentado na festa de encerramento do ano letivo do colégio, detonando um embate entre pais e mestres, que resultou na expulsão da aluna-escritora.

 

Nos trinta anos seguintes, ou seja, entre as décadas de 1940 e 1970, é na sala de aula e em grêmios artísticos estudantis que Lourdes, conciliando seu o ofício de dramaturga e poeta com o de professora, encontra espaço para suas atividades de animação cultural, voltadas especialmente para a cena teatral e já então anunciadas como projeto de vida. De 1975 em diante, após a primeira montagem teatral do seu texto “As velhas”, seus textos começam a ser montados fora de Campina Grande, na Paraíba, onde reside até hoje, ganhando a estrada rumo a outras partes do país através de festivais de teatro amador.

 

(Rosenato Barreto – Com informações do site www.lourdesramalho.com.br)


Data: 16/11/2011