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Entidades de áreas sociais querem inclusão no Ciência sem Fronteiras

Entidades de áreas sociais querem inclusão no Ciência sem Fronteiras

 

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) quer que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) inclua estudantes da área no programa de bolsas Ciência sem Fronteiras (CsF).

 

Gerenciada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e pela Capes, a iniciativa concederá 75 mil bolsas de estudos no exterior nos próximos quatro anos nas áreas de engenharia, tecnologia e biologia.

 

Em entrevista na abertura do 35º encontro anual da instituição, nesta segunda (24), o presidente da Anpocs, Marcos Costa Lima, disse que espera negociar um percentual de vagas com o CNPq. Ele enviou carta à instituição reconhecendo a importância do CsF, mas pede a inclusão de alunos da área no programa.

 

"Hoje, em todas as áreas das ciências sociais, há grupos que trabalham com o desenvolvimento da inovação tecnológica, com fármacos, com novas energias ou com o impacto de problemas ambientais. Tudo isso faz parte da inovação", ressaltou Lima.

 

Segundo ele, a instituição quer também negociar com o CNPq a inclusão de universidades da América Latina no programa, para que as bolsas não fiquem restritas a instituições nos Estados Unidos e na Europa. Para Lima, seria uma injustiça não contemplar a região. "Temos universidades excepcionais na Argentina, na Venezuela, no Chile e no México", destacou.

 

Para a presidenta da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Bela Feldman Bianco, que assinou a carta da Anpocs, é uma contradição pensar em desenvolvimento e enfrentamento à miséria sem as ciências sociais. A professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ressaltou que o país desenvolve conhecimento sobre temas emergentes como novas tecnologias.

 

O presidente da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), Fabiano Santos, acrescentou que, com a exclusão das ciências sociais do programa, os brasileiros também perdem a chance de contribuir com a política internacional. Além da ABA e da ABCP, assinaram a carta dirigida ao CNPq a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) e Associação Brasileira de Relações Internacionais (Abri).

 

Em julho último, na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Goiânia, representantes da Capes e do CNPq explicaram à Agência Brasil que o CsF se destina à formação de recursos humanos para as áreas tecnológicas, como o caso das engenharias. O governo avalia que a maior oferta de bolsas para pesquisadores das áreas exatas também favorece os de humanas, como ciências sociais, que terão garantidas as linhas tradicionais de financiamento.

 

(Assessoria de Comunicação Social do CNPq)


Data: 25/10/2011