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Estudantes aprendem a produzir tinta usando o solo como matéria-prima

É possível fazer pintura com terra? Os estudantes da Escola Agrotécnica de Sumé, atendidos pelo projeto “Solo na escola / UFCG: proposta para contextualização do ensino de solos no ensino fundamental” do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDS) da UFCG, campus de Sumé, comprovaram que dá para utilizar o solo como matéria prima para a confecção de tintas naturais.

 

Na atividade do Projeto Solo na Escola, realizada na última quinta-feira, 18, os jovens estudantes conheceram a técnica de produção e uso da tinta obtida a partir de diversos tipos de solos para ser utilizada como uma alternativa agroecológica na pintura de casas.

 

A tinta é uma mistura de terra peneirada com água e cola branca e pode ser aplicada em superfícies de alvenaria, conferindo ao ambiente um aspecto rústico e natural. “É uma alternativa para que famílias de baixa renda possam reduzir os custos na hora que necessitarem pintar suas casas ou outros ambientes”, falou o estudante do Curso de Tecnologia em Agroecologia, Arthur Holanda e Silva Furtado, que participa como bolsista do projeto. “Podemos encontrar várias tonalidades no solo de nossa região, que é rica em cores para originar tintas com variedades de tons e texturas diversas”.

 

“Estamos valorizando o solo, usando de maneira sustentável esse recurso natural e ainda reconhecendo a sua importância para o homem”, destacou o estudante.

 

A professora Adriana Vital disse que “o solo é um recurso natural extremamente importante para a manutenção da vida, porém desvalorizado em decorrência do pouco conhecimento que muitas pessoas têm sobre as suas propriedades, características, potencialidades e limitações”. Ela esclarece que a educação em solos objetiva familiarizar e popularizar o conhecimento deste recurso de forma lúdica como incentivo à proteção dos solos.

 

“Esse experimento já é utilizado há algum tempo pela Universidade Federal de Viçosa e o trabalho que estamos desenvolvendo se espelha no projeto “Cores da Terra” do professor Anor Fiorini, que vem trabalhando a etnopedologia – Conhecimento do solo a partir da vivência das pessoas”.

 

O projeto coordenado pela professora Adriana de Fátima Meira Vital, vem realizando atividades como palestras, jogos, leituras, brincadeiras, visitas técnicas na Escola Agrotécnica de Ensino Fundamental Deputado Evaldo Gonçalves de Queiroz (Escola Agrotécnica de Sumé) para promover a reflexão dos alunos sobre seus valores, trabalhando a gênese, formação, propriedades e vida do solo, suas limitações e potencialidades, bem como a adoção de posturas saudáveis, éticas e humanísticas, potencializando atitudes sustentáveis e o entendimento da temática “solos” no dia a dia dos estudantes. Também vem trabalhando a reverência e o sentimento de pertencimento desses estudantes pelo objeto de estudo, para desenvolverem uma consciência intensa sobre o solo, numa postura que trabalha de maneira holística a convivência com o semiárido.

 

(Rosenato Barreto - CDSA/UFCG)


Data: 23/08/2011