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Festival Internacional de Campina Grande democratiza acesso à música erudita

Público diversificado tem comparecidos aos concertos no Teatro Municipal

 

Considerada por muitos uma música de elite, a música erudita tem, na verdade, o poder de encantar pessoas de todas as idades e classes sociais. É o que se pode perceber nos concertos do II Festival Internacional de Música de Campina Grande, que estão sendo realizados ao longo desta semana no Teatro Municipal Severino Cabral.

 

Platéias lotadas, compostas por um público bastante diversificado, têm marcado as apresentações dos músicos, que retribuem com execuções primorosas de obras de compositores dos mais variados períodos, estilos e nacionalidades.

 

“Na verdade, a música clássica no Brasil não é feita pelas classes sociais elevadas. Muito pelo contrário, a grande maioria dos alunos de Música das instituições federais são de origem humilde, vindos de cidades interiores”, revela Renan Rezende, professor de Flauta da UFRN, que compõe o corpo docente do festival. “A música erudita associada às classes elevadas ficou para trás, não retrata nossa realidade”, disse.

 

Ele cita como exemplo o músico Radegundis Feitosa, falecido no ano passado e um dos grandes homenageados do evento. “De origem humilde, Radegundis nasceu no Sertão da Paraíba, em Itaporanga, e foi considerado um dos maiores trombonistas do planeta”, destacou.

 

No exterior, a democratização da música clássica é uma realidade há muito tempo. “Nos Estados Unidos e em Israel, a música erudita é para todos. Os membros da audiência são de todas as classes sociais, todas as idades”, afirma o violinista israelense Netanel Draiblate, vencedor de vários prêmios internacionais.

 

“Comparando a música clássica e a música regional, ou até mesmo a música pop, que nós nos ouvimos no rádio ou na TV, podemos ver que são resultado direto da música clássica, as estruturas da corda, as melodias... além do mais, vestir uma bela roupa e ir a uma sala de concerto para curtir uma boa música é uma experiência relaxante, uma bela forma de fugir da rotina do dia a dia”, disse.

 

Ele reconhece, entretanto, que o espaço da música clássica na mídia não se compara aos outros tipos de música. “É muito mais fácil vender um glamoroso cantor pop do que um violinista atualmente. Isso faz com que tenhamos que ser mais originais para atrair novas audiências para nossos concertos”.

 

Para quem quiser descobrir a beleza da música clássica, ainda há tempo. As apresentações do Festival Internacional de Música de Campina Grande terminam no próximo sábado, dia 9.

 

Confira aqui a programação

 

(Kennyo Alex - Ascom/UFCG)


Data: 07/07/2011