A UFCG está participando do Projeto Universidade Cidadã, que surgiu através da parceria firmada com o Comitê de Entidades no Combate à Fome e Pela Vida - COEP, fundado pelo sociólogo Herbert de Souza (Betinho), já falecido, em 1993, no Rio de Janeiro. Também integram o projeto mais cinco universidades do Nordeste: Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, Universidade Federal de Sergipe - UFSE, Universidade Federal do rio Grande do Norte - UFRN, Universidade Federal do Piauí - UFPI, e a Universidade Regional do Cariri - URCA, localizada no Crato, Ceará. Na UFCG, o coordenador do projeto é o professor Dr. Fernando Garcia de Oliveira, do Departamento de Economia e Finanças do Centro de Humanidades - CH, campus de Campina Grande - PB.

Estão engajados no Projeto mais de vinte profissionais, entre professores universitários, estudantes, técnicos da Embrapa e outros técnicos contratados especialmente para trabalhar no projeto.

Este trabalho da Universidade Cidadã é um desdobramento de ações desenvolvidas pela Embrapa, em três frentes: Projeto Algodão, Telesalas e Matrizes de Ovinos e Caprinos, em seis estados do Nordeste.

O objetivo do projeto é favorecer o desenvolvimento dos assentamentos e comunidades rurais através da capacitação de grupos de mulheres e das famílias que trabalham na agricultura familiar. O projeto começou em dezembro de 2005 e se estenderá até outubro de 2006, quando serão estruturadas novas fases que serão levadas para efetivas ações práticas. O projeto tem o apoio do CNPq, que subsidia duas bolsas para dois estudantes do curso de graduação em Engenharia Agrícola.

Nesta primeira fase estão sendo beneficiadas na Paraíba, as comunidades de: Pedra de Santo Antônio, em Alagoa Grande, Uruçú, em Gurinhém, e no assentamento Margarida Maria Alves, localizado em Juarez Távora. Em breve, serão assistidas três novas comunidades, que foram atingidas pelas águas da barragem de Acauã: Cajá e Melancia, localizadas em Itatuba, e Pedro Velho Novo, em Aroeiras.

O projeto oferece assistência a 1.000 famílias, o que soma aproximadamente 5 mil pessoas, e o propósito dos professores, estudantes e técnicos envolvidos é que toda essas pessoas tenham novas possibilidades de desenvolverem atividades que gerem renda, a exemplo do desenvolvimento e fortalecimento de atividades artesanais, ou de beneficiamento de produtos agrícolas.

O coordenador do projeto pela UFCG, afirma que nestes quatro meses já foi possível perceber, em primeiro lugar, a surpresa dos agricultores pela presença da Universidade nestas comunidades, o que tem sido valorizado pelos agricultores, que chegam a afirmar frases como: ”nunca aconteceu nada como isso aqui”. Observa-se uma boa participação dos agricultores às reuniões, nas quais são discutidos assuntos sobre reconhecimento dos problemas das comunidades, o interesse dos assuntos para serem discutidos com os agricultores, especialmente aqueles voltados para a capacitação dos mesmos.

Este ano estão sendo planejadas várias atividades, que serão levadas a efeito nas comunidades, a exemplo de cursos de informática e corte e costura. O coordenador Fernando Garcia diz que “é importante a Universidade se fazer presente nas comunidades para discutir questões sobre a agricultura familiar e outros assuntos rurais”.

Um ponto destacado pelo professor é que a UFCG está integrando um projeto regional em parceria com outras Universidades, e todas elas estão atreladas com uma importante rede nacional que é o COEP. “Esta atividade demonstra a importância do cumprimento das três funções da Universidade: ensino, pesquisa e extensão, e nós temos descoberto novos temas para o desenvolvimento de pesquisas ao fazermos a extensão, atividade que permite o oferecimento de uma melhor formação aos dois bolsistas da graduação em Engenharia Agrícola, que estão em contato direto com a realidade social onde estão atuando”.

Outras informações podem ser obtidas na página http://www.coepbrasil.org.br/imprensa.asp.

Legenda: Nas reuniões, são discutidos assuntos sobre reconhecimento dos problemas das comunidades.