topo_cabecalho
Artigo - Funciona para quase tudo, menos para o futebol brasileiro

Chicão de Bodocongó

 

Todos os objetos e seres têm sua vida útil, é da natureza que, enquanto novo, o objeto funcione a mil maravilhas, isso se não tiver defeito de fábrica. Sempre que compramos alguma coisa recebemos um certificado de garantia, que o objeto comprado funcione bem durante um certo tempo, depois desse tempo, o fabricante não oferece mais garantia. O que mostra que a vida útil deste objeto terminou e que ele está sujeito a defeitos por tempo de uso. É verdade, o carro, tempos e tempos é trocado por um mais novo. A maquina de lavar fica velha e também é preciso trocá-la. A casa, que você financiou pela Caixa Econômica Federal depois de dez anos necessita de reparos, e vai por aí, sem falar dos descartáveis que jogamos fora ao primeiro aviso de mal funcionamento. É a lei do uso e dos defeitos que fazem a garantia se extinguir e a vida útil ter seu prazo.

 

Isso funciona no dia a dia em quase tudo, menos para as estrelas do futebol brasileiro, eu falo estrela e não jogador comum, pobre mortal sujeito também a essa terrível regra. Que me lembre como exemplo primeiro foi o caso de Tostão, que antes da copa de setenta (o trizão do México), que fez o Brasil ser fanático por futebol, jogava no Cruzeiro de Minas Gerais. Com o trizão o jogador voltou com uma cotação

 

Lá em cima, porém com o prazo de garantia vencido, sua retina foi seriamente afetada numa trombada que dera numa partida e Tostão passou por várias cirurgias para poder participar da tal copa, isso é, da copa de setenta, depois, acabava a vida útil de jogador de futebol de Tostão. Especialista no assunto Tostão dizia que ele não jogaria mais e iria se afastar dos estádios. Mais eis que aparece em cena o time de futebol carioca e entende o contrário, que Tostão, a revelação do time brasileiro, não iria se aposentar e pagou o preço que o Cruzeiro cobrou pelo grande craque. O inevitável aconteceu, os especialistas no caso de Tostão tinham razão. Na época a imprensa criticou o Vasco da Gama pelo péssimo negócio e chegou a definir os dirigente do time como tolos e ingênuos que caiu no conto do grande jogador e classificou o Cruzeiro como esperto e concluía que esse tipo de transação não ocorresse mais.

 

Passaram-se anos e anos o futebol mudou os craques foram substituídos por outros craques, aqui pra nós, menos craques,

 

A camisa do time que era defendida com amor ao time, foi substituída pelo amor ao dinheiro do time. Aquela imprensa que denunciou a falta de visão do Vasco da Gama, também foi substituída e o que vemos agora é que a atual imprensa louva as compras de jogadores que em sua vida útil jogou na Europa e quando se esgotou sua validade foi comprado por um time brasileiro.

 

O que é isso torcedor!? Os casos Ronaldo e Adriano no Corinthians, o caso Ronaldinho no Flamengo, levam-me a pensar que a regra do uso e dos seus futuros defeitos “ a Vida Útil “ não é levada em consideração pelas atuais diretorias dos grandes times de futebol brasileiros. É um fragrante abuso do poder do dinheiro que estimula tais aberrações que a atual imprensa facilita com um festival de ilusões e mentiras.

 

Onde estão os jornalistas da época de Tostão. Eles aprovam o que está acontecendo com o Flamengo e o Corinthians?


Data: 24/05/2011