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Até 2012, País terá um PC para cada dois habitantes

Pesquisa da FGV mostra que há 85 milhões de computadores em uso no Brasil. Preço baixo e parcelamento ampliam mercado

 

Quatro entre nove brasileiros já têm um computador em casa ou no trabalho. Até o início do ano que vem, será um computador para cada dois habitantes. O motivo é simples: o computador está cada vez mais barato - paga-se menos de R$ 1 mil por uma versão não muito sofisticada -, e o pagamento é a perder de vista. É o que revela a 22ª- Pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV), que retrata anualmente o mercado de TI. De acordo com o levantamento, existem 85 milhões de computadores em uso no País.

 

Em 2010, foram vendidas 14,6 milhões de unidades, uma a cada dois segundos. - O preço do computador caiu, a renda da população aumentou e a percepção de que não se pode ficar sem um micro em casa ou no trabalho é bem maior. Daí a explosão nas vendas. Quem tem apenas um computador em casa sabe disso. Há uma grande briga à noite para ver quem vai entrar na internet, disse Fernando Meirelles, coordenador da pesquisa.

 

Segundo ele, enquanto o preço da versão mais atualizada de um computador não ultrapassa US$ 8 mil há 20 anos, o preço de uma máquina de entrada cai pela metade a cada 18 meses há 30 anos. Meirelles explicou que o computador só não vai sair de graça porque o preço acaba sendo reajustado a cada lançamento de software.

 

Se o uso do computador no Brasil está acima da média mundial, ainda fica abaixo do de países desenvolvidos. Enquanto no Brasil 44% da população têm acesso a um computador, nos EUA ele chega a 100%. Na média mundial, 36% da população têm um computador.

 

O professor da FGV disse ainda que o interesse por TVs e telefones ainda é maior. Para cada computador, o brasileiro tem duas tevês e três telefones.

 

- Temos muito chão pela frente, mas o cenário é bem melhor do que 10 anos atrás. O interesse pelo computador ainda é menor do que nos EUA, mas a expectativa é de crescimento das vendas. Tudo vai depender de a economia continuar crescendo e a renda do brasileiro aumentando, afirmou.

 

Sistema Windows ainda domina setor corporativo

 

Segundo a pesquisa, que entrevistou 5 mil empresas, estas gastam e investem 6,7% da sua receita em tecnologia, um percentual que dobrou nos últimos 14 anos. A cada ano, o setor cresce 8%. O custo anual de uso do computador (inclui despesas com troca de aparelho e investimentos em software) chega a R$ 20 mil nas empresas. A Microsoft continua dominando a estação de trabalho das empresas com Windows, Explorer e Office (91%).

 

Internet rápida sem fio cresce 77%

 

O brasileiro usa cada vez mais a conexão sem fio - via modems USB e celulares 3G - para acessar a internet em alta velocidade. Segundo dados da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) divulgados ontem, o número de acessos móveis à banda larga cresceu 77,7% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2010, pulando de 13,7 milhões para 24,4 milhões.

 

O acesso à banda larga fixa também cresceu. No fim de março, existiam 14 milhões de acessos fixos. As redes fixas com oferta de banda larga já estão presentes em mais de cinco mil municípios de todo o país. No total, o Brasil contava no fim do mês passado com 38,5 milhões de conexões à internet veloz, um aumento de 51,5% em relação a março de 2010. Com isso, o Brasil chegou à oitava posição no mercado mundial de banda larga móvel e ao nono lugar no de número de acessos fixos. As conexões mais rápidas, acima de 2Mbps, estão crescendo e representam 20% do total de acessos.

 

A Telebrasil informou ainda que mais de oito em cada 10 conexões no Brasil estão em residências. E 79% dos domicílios que têm computador navegam na internet em alta velocidade. Até março, segundo a consultoria Teleco, o País tinha 210,5 milhões de acessos móveis, um aumento de 1,4% em relação a fevereiro último.

 

(O Globo, disponível em Jornal da Ciência)


Data: 20/04/2011