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Brasil avança em ranking de TI

Depois de alternar quedas e períodos de estagnação nos últimos quatro anos, o Brasil voltou a melhorar sua posição no relatório global de TI, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

 

Na edição 2010-2011 do estudo, o Brasil subiu cinco posições e ocupa agora a 56ª colocação. A pesquisa avaliou a influência e os impactos da tecnologia da informação e comunicações (TIC) para o desenvolvimento e a competitividade de 138 países.

 

O relatório analisa mais de 60 itens distribuídos em três temas: o ambiente empresarial, regulatório e de infraestrutura de TI; o preparo do governo, pessoas e empresas para usar os recursos; e a implementação de novas tecnologias. A Suécia continua na liderança do ranking, seguida por Cingapura, Finlândia, Suíça e Estados Unidos.

 

Para Thierry Geiger, economista sênior do Fórum Econômico Mundial, algumas iniciativas do governo brasileiro, como a oferta de serviços on-line à população, explicam em parte a ligeira melhora nos resultados obtidos pelo país. "Há alguns anos, o governo vem colocando a TIC como uma das prioridades no desenvolvimento do país e isso começa a trazer reflexos positivos, mesmo que pontuais", diz Geiger.

 

O Brasil alcançou a 33ª posição no índice que mede o uso e a eficiência de ferramentas de TIC pelos governos. Já em relação ao interesse governamental por tecnologias inovadoras, o país ficou na 49ª colocação.

 

A adoção e a procura por novas tecnologias no ambiente empresarial brasileiro são outros fatores que apresentaram índices razoáveis. O Brasil figurou na 29ª posição em termos de capacidade de inovação do mercado, mesma colocação obtida no quesito que mede os investimentos das companhias em pesquisa e desenvolvimento. "Além de impulsionar novos modelos de negócio digitais, essas iniciativas das empresas estão encorajando o uso das TICs pela população", opina Geiger.

 

Por outro lado, o economista afirma que os esforços do governo brasileiro ainda não trouxeram grandes resultados na solução de velhos problemas que impedem o alcance de melhorias mais consistentes no país. Geiger aponta a burocracia, os impostos que incidem sobre o setor, o custo do acesso à tecnologia e o sistema educacional falho do país como barreiras que afetam o desenvolvimento da TIC no Brasil.

 

Os reflexos do sistema educacional do país são expressos no item que contempla o preparo dos indivíduos para usar a tecnologia. Nessa categoria, o Brasil caiu da 99ª posição obtida em 2010 para 101ª colocação nesse ano.

 

Entre os países da América Latina e do Caribe, o Brasil ficou atrás de Barbados, Chile, Porto Rico, Uruguai e Costa Rica no ranking geral do estudo. Por outro lado, superou Colômbia, Panamá, México, Peru e Argentina. O Brasil também ocupou uma posição intermediária na comparação com os países do BRIC, atrás de China e Índia, e à frente da Rússia.

 

Tomando como exemplo a Índia, Geiger diz que o mercado empresarial de tecnologia do país está anos luz à frente do Brasil. "Ao mesmo tempo, no plano da adoção de tecnologia pela população, o Brasil está muito mais avançado", diz o economista.

 

(Valor econômico, disponível em Jornal da Ciência)


Data: 13/04/2011