Documentos digitalizados guardam informações sobre o período colonial que ainda não foram tratadas historicamente

O Programa Petrobras Cultural divulgou na semana passada a aprovação de um projeto da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) que pode trazer à tona aspectos inéditos da História do Brasil.

Intitulado Catálogo Geral dos Manuscritos Avulsos e em Códices referentes à História Indígena e Escravidão Negra do Brasil, o trabalho prevê a organização de coleções de documentos digitalizados, que, segundo a coordenadora, professora Juciene Ricarte Apolinário, “guardam informações riquíssimas sobre o período colonial brasileiro que, em sua maioria, não foram tratadas historicamente”.

Ela explica que, nos últimos cinco anos, o Projeto Resgate Barão do Rio Branco, do Ministério da Cultura, microfilmou e digitalizou 150 mil documentos do acervo do Arquivo Histórico Ultramarino, em Portugal, e, ao término dos trabalhos, trouxe para o Brasil mais de 360 rolos de microfilmes e coleções em CD-Rom. “Nossa proposta é catalogar essa informação, facilitando as pesquisas que transitam pelas temáticas indígenas e afro-brasileiras”, disse.

A maior parte da documentação se refere a papéis jurídico-administrativos. “São documentos que revelam muitas das ações e relações cotidianas de sujeitos históricos antes excluídos da escrita oficial, como é o caso dos povos indígenas e afro-brasileiros”, comenta a pesquisadora, apostando no aumento das pesquisas nessa área.

Financiado com mais de R$ 310 mil, o projeto da UFCG concorreu com centenas de trabalhos de todo o país, passando pelo crivo de três comissões.

O trabalho inclui a publicação de catálogos temáticos impressos e em DVDs, que serão organizados em coleções. O material, que ficará disponível à consulta pública no Setor de Documentação e História Regional da UFCG, também será distribuído a instituições universitárias públicas, arquivos e bibliotecas de 17 estados brasileiros.

(Kennyo Alex - Ascom/UFCG)