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Universidades podem ajudar a planejar Copa e Olimpíadas

Debatedores defendem a participação de IES durante FNESP

 

O presidente da São Paulo Turismo (Empresa ligada à Prefeitura de São Paulo), Caio Luiz de Carvalho, aponta a necessidade das IES (instituições de Ensino Superior) colaborarem no esforço coletivo que será necessário para a realização da Copa do Mundo de futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil. Segundo Carvalho, a contribuição delas seria fundamental para o cálculo dos custos relacionados a esses eventos que não estão contemplados no orçamento formal dos mesmos. Como exemplo, ele cita o impacto que os custos de manutenção dos locais de competição terão para o Estado brasileiro no futuro. A reflexão foi feita nesta quinta-feira, 23 de setembro, durante palestra no 12º FNESP (Fórum Nacional de Ensino Superior Particular), realizado em São Paulo.

 

Carvalho falou a respeito do trabalho que os ingleses fazem para se preparar para as Olimpíadas 2012, que será realizada em Londres, e sugere que as instituições colaborem para que a conta do evento seja fechada e que o país não sofra muitos impactos econômicos depois dos jogos. "É preciso desenvolver um pensamento estratégico diferenciado, para não cometer os mesmos erros do passado. E as IES devem pensar como ajudar a medir o imensurável, os gastos que não estão no papel, e como superar os impactos", afirmou o presidente da São Paulo Turismo.

 

O economista Roberto Macedo, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, reforçou o pensamento de que é preciso planejar esse tipo de custo para o futuro. Ele advertiu que os eventos são transitórios, assim como seus efeitos na economia e que, portanto, seria necessário observar corretamente o dinamismo de cada região que participará desses eventos para o Brasil não ficar com prejuízo depois dos jogos. Nesse sentido, Carvalho acrescenta que os grandes eventos são agentes indutores para alavancar projetos que beneficiarão a população, mas que para que isso ocorra seria preciso fazer deles um bom negócio, com investimentos em infraestrutura de transportes, saneamento, acessibilidade, arenas esportivas, e evitar o superfaturamento e contratos de emergência.

 

Já na área educacional, Macedo não vê a necessidade das universidades criarem novos cursos para graduação, mas sim formar o que chamou de "profissionais chave-micha", que estejam preparados para se adequar às mais diversas situações. Outra ideia do economista é buscar oportunidades de ocupação junto aos organizadores, mas sempre com cautela. "É sempre preciso ter muita atenção para a situação local, saber bem no que pretendem investir, buscar informações diferentes", afirmou ele.

 

Macedo crê que a escassez ocorrerá entre os profissionais de baixa e média qualificação e não em setores mais especializados, apesar da necessidade de profissionais bilíngües em diversos setores. Por isso aposta no Ensino Profissionalizante como uma saída para a questão estrutural. "O melhor caminho é, sem dúvida, buscar oportunidades em nichos de demanda futura, como a Petrobrás, que já abriu um pólo em Santos para que no momento em que for preciso gerir o pré-sal, a empresa já esteja consolidada e com profissionais qualificados no local", acrescentou ele.

 

(Universia)


Data: 24/09/2010