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Curso de Medicina de Cajazeiras será mantido e sete cursos serão criados

 

“Extremamente positiva” foi como avaliou o reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Thompson Mariz, a audiência com o ministro da Educação Fernando Haddad, na manhã desta quinta-feira, 12, em Brasília. “Conseguimos que o ministro avocasse para si a responsabilidade sobre o destino do curso de Medicina de Cajazeiras e conquistamos mais sete cursos de graduação para aquele campus”, disse, justificando o seu entusiasmo.

 

“Os pontos principais debatidos no encontro - a possibilidade de fechamento do curso de Medicina e a extinção do curso de Ciências, também em Cajazeiras - foram vencidos de forma satisfatória para a UFCG e a Paraíba, em especial os sertanejos”, completou o reitor.

 

A reunião serviu para esclarecer os motivos pelos quais a Secretaria de Educação Superior do MEC chegou a considerar a possibilidade de fechamento do curso de Medicina, o porquê da avaliação ter levado em consideração os dados do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em relatório realizado no começo do ano passado.

 

“O parecer se baseou num protocolo de intenções, que só consente a autorização de funcionamento do curso se os dois relatórios - o do CNS e o do Inep - forem positivos” explicou o reitor. O que, para ele, em relação ao curso de Medicina de Cajazeiras, são extremamente contrastantes por retratarem momentos distintos.

 

“Do começo de 2009 - quando o relatório do CNS foi realizado de forma documental, sem visita ao campus - para junho deste ano, período em que o do Inep foi realizado, presencial, quase todos os problemas foram sanados”.

 

“Pontos como o corpo docente, número de professores para o funcionamento do curso, que foi um elemento decisivo para o parecer negativo do CNS, teve um avanço considerável nesse período: dos 33 docentes, em 2009, o quadro foi ampliado para 57”, ilustrou, Thompson.

 

Posicionamento

 

O reitor Thompson Mariz conseguiu com que o ministro Fernando Haddad tomasse para si a responsabilidade de fazer com que prevalecesse o relatório do Inep, com os dados atuais e que atribuiu Conceito 3 ao curso de Medicina de Cajazeiras, igual ao de Campina Grande. “O que justifica, pelo histórico e sucesso do curso do campus de Campina, o seu funcionamento”, comentou.

 

Para completar o quadro de professores, o reitor solicitou ao MEC autorização para realização de concurso público para 26 vagas. “O que deve ser atendido prontamente, pois se o problema é a falta de professores, então, a solução é do MEC. É ele quem gerencia as vagas das universidades”, explicou.

 

Redimensionamento

 

Com o aval do ministro de que o curso não irá ser fechado, o MEC solicitou que a UFCG redimensione o número de vagas ofertadas para Medicina em Cajazeiras, já a partir do próximo vestibular. Diminuído de 80 ( 40 por período letivo ) para 30, com entrada única.

 

A redução, em mais da metade da oferta de vagas, foi justificada pela carência de leitos hospitalares na Rede de Saúde Pública. O reitor explicou que, para que fossem mantidas as 80 vagas, era necessário ter, no mínimo, 500 leitos na região.

 

Compensação

 

“Mesmo com a obrigação de reduzir o número de entradas no curso de Medicina em Cajazeiras para 30 vagas, obtivemos vitórias significantes”, disse Thompson Mariz, ao anunciar o compromisso do ministro em também liberar a contratação de professores para a criação dos cursos de Biomedicina, Fisioterapia e Educação Física em Cajazeiras.

 

“A expectativa é de que eles sejam criados no próximo ano e, quem sabe, um vestibular especial seja realizado para o ingresso dos primeiros graduandos”, antecipou.

 

Mais cursos, mais vagas

 

Outro ponto na pauta da reunião do reitor da UFCG com o ministro da Educação foi a extinção do curso de Ciências, também no campus de Cajazeiras. “Uma decisão nacional, que acabou com os cursos que graduam de forma ampla, sem uma área de conhecimento específica”, explicou o reitor.

 

Os 22 professores da Unidade Acadêmica de Ciências Exatas e da Natureza, do Centro de Formação de Professores (campus de Cajazeiras) reivindicaram a criação de licenciaturas. “O que o fizemos, anteriormente, e foi indeferido pelo MEC”, registrou.

 

“No entanto, conseguimos argumentar ao Ministério que uma tradição de mais de 30 anos, na formação de professores, não podia ser perdida”, prefaciou, anunciando a conquista de quatro licenciaturas já para o próximo vestibular: Química, Física, Biologia e Matemática. Serão mais 200 vagas ofertadas, 50 para cada curso.

 

“O ministro também assegurou a liberação de mais 12 vagas docentes para completar o quadro de professores da unidade acadêmica, garantido o pleno funcionamento das licenciaturas”, comemorou.

 

Comitiva

 

Na audiência com o ministro da Educação, acompanharam o reitor Thompson Mariz, o diretor do CFP Cezário de Almeida e o prefeito universitário Eduardo Bonates.  Também participaram, o governador do Estado e quase toda a bancada paraibana no Congresso Nacional.

 

(Marinilson Braga - Ascom/UFCG)


Data: 12/08/2010