topo_cabecalho
Em duas décadas número de doutores sobe de mil para mais de 10 mil no País

O número de doutores titulados no Brasil subiu de mil, em 1987, para quase 11 mil, em 2008. Os dados foram divulgados em seminário, no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O evento apresentou informações da publicação Doutores 2010 - Estudos sobre a demografia da base técnico-científica brasileira e Descentralização do Fomento à CT&I no Brasil, produzida pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT).

 

Um dos autores do estudo, o consultor legislativo do Senado Federal (licenciado) e professor adjunto da School of International and Public Affairs da Columbia University, Eduardo Baumgratz Viotti mostrou as características demográficas dos doutores no País. Em 2008, o número de doutores correspondia a apenas 0,07% da população. De acordo com Viotti, apesar de constituírem uma pequena parcela da população, os doutores têm importância estratégica. “Eles compõem a parcela dos recursos humanos treinada para gerar novos conhecimentos e tecnologias”, disse.

 

O estudo mostra que o número de doutores cresceu 278% entre 1996 e 2008, o que corresponde a uma taxa média de 11,9% de crescimento ao ano. Mais de 87 mil pessoas obtiveram títulos de doutorado no País neste período. Por área de conhecimento, a multidisciplinar, línguas, letras e artes foram as que tiveram maior incidência. A área de ciências exatas e da terra foi a que apresentou menor taxa de crescimento.

 

O levantamento revela ainda que a quantidade de doutores titulada em instituições públicas estaduais cresceu 170% entre 1996 e 2008, enquanto que os de instituições particulares, 396%. E os das públicas federais 416%.

 

Outra observação de Viotti foi sobre a distribuição dos doutores por sexo. A partir de 2004, as mulheres deixaram de ser a minoria, quando 4085 delas concluíram o doutorado contra 3991 homens. Segundo ele, o Brasil é pioneiro da igualdade de gênero no nível mais elevado da formação educacional. Em 2008, 51,5% das mulheres foram tituladas, enquanto 48,5% dos homens receberam o título.

 

Participaram do seminário o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende; a presidente do CGEE/MCT, Lucia Melo; o secretário executivo do MCT, Luiz Antonio Elias Rodrigues; e o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães.

 

Em sua participação, Rezende destacou a necessidade da desconcentração regional de mestres e doutores e aumento da formação pós graduada em regiões menos desenvolvidas. O ministro disse que é necessário criar mecanismos para estimular a formação de mestres e doutores nas áreas de engenharia nuclear e espacial, ciências do mar e Amazônia. “O Brasil está formando um percentual relativamente pequeno em vista das nossas necessidades nestas áreas”, frisou Rezende.

 

A publicação aprofunda e divulga conhecimentos sobre a formação e emprego dos doutores no Brasil. Dividido em cinco capítulos, o livro é resultado da ação do CGEE, MCT, Capes, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), e ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e da Previdência Social.

 

Também compareceram ao seminário outros colaboradores da publicação, como a professora do departamento de Demografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e pesquisadora do Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rosana Baeninger; e o professor do departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, Mariano de Matos Macedo.

 

(Assessoria de Comunicação do MCT)


Data: 12/08/2010