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HUAC apresenta melhorias

Os serviços do Hospital Universitário Alcides Carneiro - HUAC, da UFCG, estão em fase de melhorias. A constatação foi feita por cinco agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estiveram visitando a unidade hospitalar na última segunda e terça-feira. O trabalho faz parte do Programa Hospital Sentinela, da Anvisa, implantado desde 2002 no HUAC e que ajuda em trabalhos diários nas áreas de Farmacovigilância, Técnicovigilância e Hemovigilância.

O Hospital Universitário ainda implantou, dentro do programa, o Centro de Controle de Infecção Hospitalar, que visa combater casos semelhantes na instituição.

O HU foi visitado pelos agentes do Núcleo de Vigilância em Eventos Adversos e Queixas Técnicas (Nuvig) Alessandra Torres, Cristiane dos Santos Teixeira, Carlos Fornazier, Gláudistom Araújo e Patrícia Toledo Barbosa. O hospital está enquadrado no Grupo 2 do projeto, terminando a fase de implantação dos planos de melhorias. Ao longo desse ano, ainda será trabalhado o plano racional do uso de medicamentos, que hoje é o carro chefe da Rede Sentinela.

O uso racional contempla medicamentos adequados para o paciente e seu problema específico, além de considerar os custos. A partir daí, também são consideradas rações do uso e do mau uso deste medicamento. Estão inclusos, desde a escolha do medicamento, até a sua gestão administrativa.

“Aqui é um hospital que tem suas dificuldades, não só por ser um hospital público, mas porque os custos com a saúde são elevados”, informou a médica e gerente de Vigilância e Serviço do Programa Hospital Sentinela, Patrícia Toledo Barbosa. “Disponibilizamos para nossos parceiros R$ 50 mil por ano. É isso que difere um hospital parceiro no projeto de um colaborador”, completou.

“O auxílio é pequeno em vista da complexidade das ações, mas ainda é suficiente ao que propõe a Anvisa. Não é uma remuneração por notificação e sentimos que o hospital tem caminhado no sentido certo”, acredita Patrícia Toledo. O hospital incluso no projeto envia relatórios dos produtos utilizados e dos serviços prestados ao programa.

Conquistas

Em dois anos de inclusão no programa, o HUAC conseguiu estabelecer melhorias notáveis. Foi reequipada a Central de Esterilização, que é uma área que entra diretamente na de riscos, pois se o hospital não possui produtos esterilizados corretamente, também não possui atendimentos com qualidade, aumentando os riscos à saúde.

Segundo o superintendente do Hospital Universitário, Dr. Evaldo Nóbrega, a visita foi válida. “A partir dela conseguiremos por melhorias no padrão de atendimento ao público e usuários do hospital. Queremos sempre elevar a qualidade existente”, salientou. (Junot Lacet Filho)

Programa visa analisar produtos hospitalares lançados no comércio

O Programa Hospital Sentinela, criado em 2000, logo após a criação da Anvisa, tem a preocupação de trabalhar com a pós-comercialização de produtos hospitalares. Ou seja, ele visa analisar o produto depois dele ter sido lançado no mercado, para saber como ele tem se comportado no momento do uso. O Programa Sentinela tem ajudado inúmeros hospitais e pessoas em suas recuperações.

O produto para a saúde, seja ele medicamento ou hemocomponente - componente do sangue que é transfundido no paciente, são analisados mensalmente nos hospitais parceiros do serviço. O trabalho busca perceber como ele realmente esta sendo usado, depois de ter passado pelas normas da Anvisa.

Surgido inicialmente como uma fase piloto, com 100 hospitais, o Hospital Sentinela conta hoje com mais de 170 hospitais cadastrados como parceiros e colaboradores, dentre os mais de mil hospitais brasileiros. Em Campina Grande, o Hospital Universitário Alcides Carneiro e a Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) são os únicos a fazerem parte do programa.

O Hospital Sentinela cuida das áreas de Farmacovigilância, Técnicovigilância e Hemovigilância. Esses serviços fazem um trabalho, basicamente, com medicamentos, produtos para a saúde e com hemocomponentes, além da vigilância em relação a saneantes, queixas técnicas e desvio de qualidades dos produtos hospitalares.

“Hoje, são 39 hospitais que estão no ‘Grupo 1’ do projeto, e 65 no ‘Grupo 2’”, explicou Patrícia Toledo, gerente de Vigilância e Serviço do programa. O que difere de um grupo para o outro, conforme a médica, são seis meses de assinatura de contrato e que, com isso, alteram as obrigações dos hospitais.

Hospitais integram Grupo 2

Os hospitais campinenses estão inclusos no “Grupo 2” do Programa Hospital Sentinela, que já tiveram seus planos de melhorias implantados. Com relação aos acompanhamentos das melhorias, os hospitais enviam relatórios diretamente ao projeto da Anvisa.

“O motivo de nós estarmos aqui não é o de fiscalização e sim, o de acompanhamento e de dar uma orientação aos hospitais que são nossos parceiros”, adverte Renata Barbosa. “E você vê a realidade do hospital, o impacto que você tem para avaliar um produto é diferenciado, pois você viu tudo na realidade”, completa.

O Projeto Hospital Sentinela não tem a intenção de qualificar serviços, no sentido de categorizar em classe A ou B. A intenção do projeto é que todos os hospitais sejam parceiros da Anvisa, principalmente aqueles que tem média e alta complexidade e que são formadores de recursos humanos, que tenham residência médica e cursos na área de saúde, seja Farmácia, Enfermagem, entre outros.

Dentre as ações da Anvisa, em último caso, estão a de promover e proteger a saúde da população brasileira.

Escolhido por ações de alta complexidade em CG

O Hospital Universitário Alcides Carneiro foi escolhido por ter ações de média e alta complexidade, ou seja, não só atendimentos de consultas, nem internações simples. O HU possui uma diversa gama de procedimentos. “O hospital tem que utilizar a maior diversidade de produtos e medicamentos possíveis, para que a Anvisa tenha condições de vigiar esses riscos em relação a todos os produtos”, informou a gerente Patrícia Barbosa.

O segundo fator, e preponderante, foi o fato de que o hospital tem recursos humanos sendo formados lá dentro, já que o HUAC é considerado um hospital-escola, além de ser considerado referência na região, atendendo pacientes de vários lugares. “A nossa intenção é ter um olhar mais ampliado possível da utilização dos serviços e produtos que tenham maiores demanda, sendo considerados prioritários”, afirmou Patrícia.

De acordo com a gerente de Vigilância do Hospital Sentinela, em Campina Grande existem outros hospitais que podem ser inclusos no programa. “Nós tivemos a oportunidade de ver que a cidade possui outros hospitais que se enquadram nos critérios utilizados por nós”, acredita. “O que é importante, é que uma vez esses hospitais tendo a vontade de participar do projeto, é só se candidatar”, informou.

Os hospitais que não possuem essa predisposição tem, como prestadores de assistência à saúde, uma responsabilidade frente à segurança da saúde da população, notificando qualquer eventualidade a Anvisa. “Não existe ação do governo sem notificação por parte dos hospitais”, enfatizou.


Data: 09/03/2006