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Bolsistas "fujões" são condenados a pagar R$ 19,6 milhões

Entre 2008 e 2010, o TCU condenou 48 ex-bolsistas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) a restituir um total de R$ 19,6 milhões.

 

São pesquisadores que não voltaram ao país após a conclusão de cursos no exterior pagos com dinheiro público. As duas instituições dizem que as irregularidades atingem menos de 1% das bolsas e vão de 1981 a 1998.

 

Desde 2002, 408 tomadas de contas foram encaminhadas ao TCU para julgamento de irregularidades.

 

No caso da Capes, a relação de contas abrange 91 ex-bolsistas. Outros 316 são do CNPq. O valor dos prejuízos supera os R$ 100 milhões.

 

Em acórdão publicado em abril deste ano, o Tribunal de Contas da União diz que o propósito da concessão de bolsas no exterior "é a formação de pesquisadores", e não a "satisfação pessoal de determinado estudante".

 

O documento se referia ao caso da ex-bolsista Rogéria Waismann, condenada a devolver, em valores atualizados, um total de R$ 891.721,81 ao CNPq. A Folha não conseguiu contato com a pesquisadora, que não apresentou defesa ao TCU.

 

Segundo o tribunal, a pesquisadora recebeu verba em 1993 para custear um doutorado em psiquiatria na Universidade de Londres, mas não comprovou sua conclusão nem retornou ao país.

 

Outra decisão publicada este ano condenou o ex-bolsista Jorge Campello de Souza a ressarcir R$ 990.634,05 à Capes -o maior valor imposto pelo tribunal desde 2008 para casos semelhantes.

Contemplado com uma bolsa para doutorado na Universidade Stanford (EUA) em 1994, ele não voltou ao país.

 

Ao TCU, Campello disse que, após concluir a bolsa, realizou seminários, estudos e atuou como responsável técnico em uma empresa de sua família em Recife.

 

(Folha.com)


Data: 13/07/2010